sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédia no RJ: o que "eu" tenho a ver com isso?

A tragédia ocorrida ontem no Rio de Janeiro, onde um ex-aluno voltou à escola que estudou e, sem mais nem menos, disparou contra crianças, matando 13 de uma vez só, leva à reflexão...
Por que isso tem acontecido com tanta frequência? No Brasil ainda não, graças a Deus...
Nos Estados Unidos, tragédias assim são comuns...e servem de exemplo para as mentes doentias, que ligam a TV e se enlevam com tais gestos heróicos.
No Dia do Jornalista - ontem - a tragédia no Rio de Janeiro me fez refletir: qual o nosso papel nessa história? Divulgar, com todo o requinte de detalhes, abastecendo as tais mentes doentias, estimulando-as a seguir os tais exemplos?
Na minha cabeça, não. Mas tem sido esse o papel da imprensa.
Ontem o Jornal Nacional foi um espetáculo. Até a bancada da apresentadora Fátima Bernardes se transferiu para a escola, cenário da tragédia.
Qual a diferença entre Fátima noticiar do estúdio e da frente da escola? O espetáculo.
E é exatamente esse espetáculo-espetaculoso que alimenta as mentes doentias.
Dos Estados Unidos para o Rio de Janeiro, o canal foi a televisão.
Bandido é bandido e lçugar de bandido é na cadeia, no manicômio, numa clínica de repouso, de acordo com o grau de sua periculosidade. E não no horário nobre, no espetáculo em família na hora do jantar...Pode apostar que o Fantástico de domingo vem pesado e o circo vai ser...fantástico.
Pois no Dia do Jornalista, voltei a refletir sobre isso.
Qual é o meu papel como profissional que noticia fatos? Claro que não é escondê-los, mas em certos casos, não é espetacularizá-los. A Psicologia, certamente, explica isso.
E o espetáculo global foi tão grande, que diante da cena da tragédia, a apresentadora Fátima Bernardes encerrou sua participação dando um sonoro...boa noite.
Coisa que ela não faria se estivesse na bancada do jornal, seguindo o roteiro do teleprompter. No máximo um até amanhã, com os caracteres subindo em silêncio. Mas o espetáculo permitia...até mesmo o ar de riso da apresentadora, que não o faria se estivesse no estúdio.
Um estímulo a mais nas mentes doentias.
Tô fora.

Ah..não à toa a apresentadora do Jornal Nacional foi parar nos TTs do twitter. Fátima ficou entre os mais citados no Trending Brasil do twitter...pelo "boa noite" indigesto no final do JN.

Fonte: Thaisa Galvão

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