Publicação: O Jornal de Hoje - Quarta - feira, 10/07/2013.
Teônio Vieira, empresário e colaborador. (teonio.vieira@hotmail.com). Título: A servidão explícita ou disfarçada.
Quando agências da Caixa Econômica Federal foram invadidas por milhares
de beneficiários do programa Bolsa Família, preocupados com os boatos
sobre a extinção desse benefício, ficou evidente que o governo já
deveria ter cogitado ações capazes de
oferece meios para a profissionalização dessa gente, com a finalidade de
incluí-los no mercado de trabalho e evitar a carência sem fim dessa
contribuição incapaz de redimir a miséria. Sem que haja reação nesse
sentido fica aberta a probabilidade de tratar-se de um projeto político
para manter essa gente cativa. São 13 milhões de famílias cadastradas
que representa de 45 a 50 milhões de votos a um custo anual de 24
bilhões de reais, servindo como massa de manobra política para garantir
vitórias seguidas do PT. Caso não haja um bom desempenho da economia
será ainda maior o sacrifício para a manutenção desse programa. Mesmo
assim, o interesse político eleitoral é de tamanha importância que faz
presumir a sua continuidade, sem mudanças. Pode não parecer, mas aliciar
as classes sociais menos favorecidas é indecente e profundamente
desonesto. E o Congresso?! Bem, “esse é inteiramente dominado pelo Poder
Executivo”, na opinião do Ministro do STF Joaquim Barbosa e de uma
parcela da população que ainda se interessa em acompanhar os atos
políticos e seus efeitos na sociedade.
Na opinião dos
especialistas, o Brasil e a maioria dos países latinos americanos
aplicam programas de curta duração, abusam da improvisação, são
protecionistas e estatizantes, quando deveriam apostar em políticas
econômicas no longo prazo. Somente uma economia crescente apoiada nos
investimentos da iniciativa privada, nacional e estrangeira, assegura a
criação de novos empregos, distribuição de riqueza e, por conseguinte, a
redução da pobreza. Nesses últimos dez anos, a política adotada pelo
governo não conseguiu passar a nossa economia para um patamar mais alto.
As causas apontadas são, dentre outros, a influência ideológica nas
relações comerciais, preferencialmente alinhadas a países do mesmo viés
político, sendo a maioria de importância insignificante.
Diante
desse panorama, os investimentos em infraestrutura são imprescindíveis e
urgentes: estradas, ferrovias, portos e aeroportos, combinados com a
redução da quantidade de impostos e tarifas, simplificação da
burocracia, tudo com a finalidade de reduzir os chamados custos Brasil e
tornar os preços dos nossos produtos mais competitivos com os seus
concorrentes similares no mercado interno e externo, colaborando para
corrigir os saldos negativos nas contas públicas e nas transações com
outros países. Por outro lado, com a inflação dando sinais de
resistência, é imprescindível o governo reduzir os gastos com a máquina
administrativa para evitar o endividamento acima do limite prudencial o
que agravaria a situação, em detrimento das nossas conquistas, à custa
de tantos sacrifícios. Nenhuma conjuntura justifica a servidão explícita
ou disfarçada.
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