A polarização PT-PSDB que guia a corrida presidencial deste ano determinou também a arquitetura das disputas nos Estados brasileiros. Na maioria dos colégios eleitorais do País, candidatos se organizam em torno da montagem dos palanques presidenciais da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) e do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Em terceiro lugar nas pesquisas para a corrida nacional, o PV da senadora Marina Silva (AC) empenhou-se em garantir seu espaço nas disputas regionais, embora com menos peso que seus dois adversários.
Confira o cenário eleitoral no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
REGIÃO NORTE
Mais uma vez a eleição será polarizada. Comandantes do PT local, os irmãos Viana disputam o Senado e o governo, que hoje está nas mãos do também petista Binho Marques. Tião e Jorge Viana só mudaram de postos. Senador reeleito em 2006, Tião vai disputar o governo. Ex-governador (1999-2006), Jorge tentará o Senado junto com Edvaldo Magalhães, do PC do B, antigo parceiro do PT no Estado. Os três têm o apoio da senadora Marina Silva. Apesar de ser candidata a presidente pelo PV, ela manteve o apoio aos dois amigos, com quem militou no PT antes de mudar de partido. O grupo enfrenta a oposição encabeçada pelo PSDB, cujo candidato ao governo é o deputado federal Tião Bocalom. Enfraquecido no Estado, o PMDB será coadjuvante na eleição. O atual senador peemedebista Geraldo Mesquita não disputará a reeleição. Ele abriu espaço para o ex-deputado federal João Correia (PMDB), que fará dobradinha para o Senado com o deputado federal Sérgio Petecão (PMN).
Principal representante do PMDB no Amapá, o presidente do Senado, José Sarney, é um aliado de confiança do PT em nível nacional. Desde o primeiro turno da eleição de 2002, apoia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Estado, porém, Sarney deixou que seu PMDB fizesse aliança com o PSDB, numa situação parecida com a do senador Romero Jucá em Roraima. Presidente do PMDB no Amapá, o senador Gilvam Borges tentará a reeleição na chapa encabeçada pelo candidato ao governo Jorge Almanajás (PSDB). A outra vaga ao Senado ficou com Papaleo Paes, senador tucano que tenta a reeleição. De novo, o principal adversário do grupo de Sarney será família Capiberibe. Ex-prefeito de Macapá, Camilo Capiribe (PSB) terá o apoio do PT para disputar o governo. O pai dele, João Capiberibe, tentará retornar ao Senado depois de ter sido cassado, em 2004, sob a acusação de ter comprado dois votos por R$ 26. Governador nos últimos sete anos e meio, Waldez Góes (PDT) renunciou em abril para disputar o Senado. Para o governo, ele apoia Pedro Paulo (PP), vice que assumiu o comando do Estado e tentará a reeleição.
Os dois mais cotados para vencer eleição para governador dizem apoiar Dilma Rousseff (PT) e o presidente Lula. O mais identificado com o governo federal é Alfredo Nascimento, eleito senador em 2006 mas que passou a maior parte dos últimos quatro anos como ministro dos Transportes. O PT está na chapa dele. Se ele for eleito, o suplente João Pedro (PT) ganha quatro anos de mandato sem ter tido um voto sequer. O vice de Alfredo é o ex-prefeito de Manaus Serafim Correa (PSB). A segunda chapa governista é comandada pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB), que renunciou para concorrer ao Senado em dobradinha com a deputada federal Vanessa Graziotin (PC do B). Em seu lugar assumiu Omar Aziz, que tentará permanecer no governo concorrendo à reeleição. No Estado, o nome mais forte da oposição é o senador Arthur Virgílio (PSDB), que tenta a reeleição. Para o governo, os tucanos lançaram o vereador Issa Abrão, cuja principal tarefa é servir de palanque estadual para o candidato a presidente José Serra (PSDB).
Decisiva em 2006, aliança PT-PMDB que ajudou a eleger Ana Júlia Carepa (PT) governadora foi rompida. Ela disputará a reeleição sem o apoio dos peemedebistas. Principal líder do PMDB no Estado, o deputado federal Jader Barbalho tentará retornar ao Senado. Em 2001, após uma série de denúncias enquanto era presidente da Casa, ele renunciou ao cargo. Por conta disso, pode ter a candidatura impugnada de acordo com a lei do Ficha Limpa. Jader tenta uma dobradinha velada com Paulo Rocha (PT), outro candidato ao Senado que pode ser prejudicado pela nova lei. Em 2005, ele renunciou ao mandato de deputado por conta do seu envolvimento no escândalo do mensalão. Nesse contexto, acaba sendo favorita para o Senado Valéria Franco (DEM), ex-vice-governadora. Ela tentou sem sucesso firmar uma aliança com Simão Jatene (PSDB), que tenta voltar ao comando do governo do Estado. Também do PSDB, o senador Flexa Ribeiro tenta a reeleição.
Líder do governo no Senado em Brasília, Romero Jucá apoia o PSDB em Roraima. Ele tenta a reeleição na chapa do atual governador Anchieta Filho (PSDB). Ex-senadora e viúva do governador Ottomar Pinto (1931-2007), Marluce Pinto completa a chapa para o Senado. Sem força no Estado, o PT fechou aliança com Neudo Campos (PP), que tentará retornar ao comando do Estado após oito anos. Na sua chapa, ele tem como candidatas ao Senado Marília Pinto (PSB) - filha de Ottomar no seu primeiro casamento - e a petista Angela Portela (PT). Ainda para o Senado há duas candidaturas soltas, sem cabeça de chapa para o governo do Estado: juntos, o vereador Telmário Mota (PDT) e Aimberê Freitas (PV) vão tentar uma cadeira na Casa. O nanico PHS lançou para o governo os médicos Petrônio Araújo e Iram Gonçalves. A direção nacional do partido ameaça intervir e forçar a aliança com o atual governador Anchieta Filho.
Eleito senador em 2006 e cassado pelo TSE em 2009, Expedito Júnior é o favorito na disputa para o governo do Estado. Durante o mandato de senador, ele migrou do PPS, passou pelo PR e filiou-se ao PSDB para ser o palanque do tucano José Serra em Rondônia. Com isso, Expedito afastou-se do Ivo Cassol (PP), governador até abril passado que deixou o cargo para tentar uma vaga ao Senado. Ele deixou no posto João Caula (PPS), que tentará o governo. Outra força importante no Estado é o PMDB, comandado pelo senador e candidato à reeleição Valdir Raupp. Os peemedebistas lançaram para o governo o deputado Confúcio Moura (PMDB). Apesar das negociações com Raupp, o PT preferiu lançar uma chapa própria: o deputado Eduardo Valverde (PT) tentará o governo e a senadora Fátima Cleide (PT) à reeleição. A propósito, Fátima e Raupp não terão parceiros nas suas chapas, o que indica uma dobradinha não-oficial.
Fundador e primeiro governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), 82 anos, retomou sua aliança com a senadora Kátia Abreu (DEM) para tentar voltar ao comando do Estado. A senadora e presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) indicou o vice na chapa, João Oliveira. Para o Senado, o grupo tem dois candidatos do PR: o atual senador João Ribeiro que tenta a reeleição e Vicentinho Alves. Em 2006, Kátia rompeu com Siqueira e apoiou Marcelo Miranda (PMDB), que acabou reeleito governador na oportunidade. Em 2009, no entanto, Miranda foi cassado pelo TSE por abuso do poder político durante a campanha de 2006. Kátia pensou em disputar o governo ou ser vice de José Serra. No entanto, preferiu seguir como presidente da CNA e apoiar Siqueira. Juntos de novo, tentam impedir à reeleição do governador Carlos Gaguim (PMDB), que herdou o cargo de Miranda ao ser eleito pela Assembleia Legislativa. De última hora, ele conseguiu firmar uma aliança com o PT, que lançaria Paulo Mourão. Este agora pretende disputar o Senado
O embate pelo governo de Alagoas tem três candidatos que já estiveram à frente do Estado. O atual governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) tenta a reeleição com apoio do PSB, DEM, PP e PPS. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que comandou Alagoas por duas vezes (entre 1999 e 2006), está na disputa mesmo sob risco de se tornar inelegível – o pedetista foi condenado em 2004 a não se candidatar por três anos por abuso de poder econômico e político, mas com a Lei da Ficha Limpa o prazo pode se estender para oito anos. Ao lado de Lessa, estão o PT e o PMDB, além do presidente Lula. O terceiro nome na corrida ao Palácio dos Palmares é o do senador Fernando Collor de Mello (PTB), que governou o Estado de 1987 a 1989 e tem em seu histórico o impeachment sofrido em 1992, quando era presidente da República. Collor será mais um a trabalhar na campanha de Dilma Rousseff, dando dois palanques à petista em Alagoas. Entram ainda na disputa o engenheiro agrônomo Mário Agra (PSOL) e o empresário Tony Clóvis (PCB). No Senado, Renan Calheiros (PMDB) tenta a reeleição, e o ex-deputado federal constituinte Eduardo Bomfim (PC do B) ocupa a segunda vaga na chapa de Lessa. O deputado federal Benedito de Lira (PP) e o ex-deputado federal José Costa (PPS) concorrem na coligação de Vilela. Na majoritária de Collor para o Senado há somente o nome do empresário Álvaro Vasconcelos, integrante do conselho editorial da Gazeta de Alagoas, jornal da família do ex-presidente. A ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) é a candidata pela coligação de Agra, e Diógenes Paes disputa pelo PCB.
Bahia
A união do governador Jaques Wagner (PT) com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) definitivamente ficou no passado. Apesar de ambos saírem com o apoio da candidata petista Dilma Rousseff (PT), o racha no Estado não reproduz a chapa nacional PT-PMDB. Wagner e seu vice Otto Alencar saem pela coligação PT, PP, PSB, PDT, PCdoB e PRB enquanto Geddel Vieira Lima e o vice Edmundo Pereira têm o apoio do PMDB, PTC e PTN. Este ano, ainda figuram na disputa eleitoral da Bahia Paulo Souto (DEM) com Nilo Coelho para vice, e Luiz Bassuma (PV) e Lilia Amorim de vice pela coligação PSDB, DEM e PPS. Souto apoiará no candidato tucano. Para o Senado, as apostas da coligação petista são os candidatos Valter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB). O Democratas, por sua vez, apresenta o ex-deputado federal Gerson Gabrielli (DEM) e José Ronaldo (DEM), ex-prefeito da cidade de Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral baiano. César Borges (PR) e Edvaldo Brito (PTB) são os candidatos ao Senado pela chapa liderada do PMDB. O PV tem o deputado federal e líder do partido na Câmara, Edson Duarte, para concorrer ao Senado pela legenda.
No Ceará, Cid Gomes (PSB) sai em busca da reeleição com Domingos Filho (PMDB) como vice e o apoio de uma coligação formada por 16 partidos (PSB, PMDB, PT, PCdoB, PDT, PTB, PP, PRB, PHS, PSL, PSDC, PTdoB, PRTB, PTN, PSC e PMN). A chapa ainda leva à disputa eleitoral do Senado José Pimentel (PT) e Eunício Oliveira (PMDB). Incentivado pelo PSDB, Lúcio Alcântara sai candidato pelo PR, com apoio do PPS, com Cláudio Vale como vice na chapa. A articulação de apoio, por sua vez, enfrenta momento de discordância. Alcântara, que já foi governador do Ceará pelo PSDB entre 2003 e 2006, afirma que vai pedir votos para Dilma. Já o parceiro dele de chapa, candidato ao Senado, o empresário Alexandre Pereira (PPS), vai apoiar o tucano José Serra. Repetindo a formação vitoriosa que concorreu a Prefeitura de Fortaleza em 2004, Marcelo Silva (PV) segue a disputa em chapa única com Aristides Braga como vice e Paulo Eduardo Lima para a vaga do Senado. O mapa eleitoral do Estado ainda traz a chapa PSDB e DEM com Marcos Cals, Pedro Fiúza e Tasso Jereissati, candidatos para governador, vice e senador, respectivamente. A candidatura de Cals dará apoio ao presidenciável José Serra.
A corrida pela vaga do Palácio dos Leões ficou indefinida até os últimos dias antes do prazo final para a realização das convenções. Com a definição do apoio do PPS, a coligação que traz Flávio Dino (PC do B) à disputa do governo do Maranhão abandonou a aliança com o PDT, PSDB e PTC e se firmou agora em PC do B, PSB e PPS. A chapa majoritária ainda traz a candidata à vice, a psicóloga e professora Miosótes Lúcio há 19 anos no partido, além do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e o historiador e advogado Adonilson Lima (PCdoB) para as vagas de senadores. Roseana Sarney (PMDB), que assumiu após a cassação do ex-governador Jackson Lago, tenta a reeleição com o apoio de uma ampla coligação integrada por 16 partidos, com destaque para PMDB e PT. O DEM oficializou o apoio à candidata na reta final. A chapa majoritária de Roseana ainda traz para senador o ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão (PMDB) e o atual vice-governador, João Alberto (PMDB). O PSTU lançou Marcos Silva (PSTU) na disputa ao governo do Estado e Hertz Dias para vice. O partido, que não fez nenhuma coligação, lançará nomes para as duas vagas ao Senado: o funcionário público Luís Carlos Noleto e a professora Claudicea Durans. Jackson Lago (PDT) é candidato ao governo do Maranhão com a bandeira de ‘livrar o estado da oligarquia que completa quase meio século sob o comando da família Sarney’. A sua chapa, que perdeu o apoio do PPS, é coligada em nível estadual com o PSDB e nacional com o PT, traz o pastor evangélico Luís Carlos Porto (PSDB) para vice e o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal e o deputado federal Roberto Rocha como candidatos ao Senado.
Apesar dos candidatos ao governo da Paraíba José Maranhão (PMDB) e Ricardo Coutinho (PSB) declararem apoio à petista Dilma Rousseff, a disputa divide os tucanos no Estado. Parte deles apoia a reeleição do governador José Maranhão (PMDB), que repete na esfera regional a aliança nacional PT-PMDB. Sua chapa majoritária é formada pelo presidente do PT paraibano, Rodrigo Soares, candidato a vice-governador, e os deputados federais Wilson Santiago e Vital Filho, ambos do PMDB concorrendo ao Senado Federal. Palanque único do presidenciável José Serra, o ex-governador tucano Cássio Cunha Lima, cassado em 2008 por abuso do poder econômico, decidiu prosseguir com a sua candidatura para o Senado. Além de Lima, a chapa majoritária da coligação PSB e DEM traz ainda Ricardo Coutinho na corrida pela administração da Paraíba com o deputado federal Rômulo Gouveia (PSDB) para vice-governador e Efraim Morais (DEM) e Cássio Cunha Lima (PSDB) como os dois senadores. Ney Suassuna (PP) concorrerá em uma chapa avulsa a uma das vagas no Senado. Nelson Júnior (PSOL) sai como o candidato do partido e como vice-governadora a sindicalista Ana Júlia. Para completar a chapa Marcos Dias e Edgard Malagodi concorrem às vagas para o Senado Federal.
Ancorado na popularidade do presidente Lula, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tenta a reeleição no Estado com o apoio de 17 partidos, entre eles o PT e o PDT. A disputa promete ser polarizada com um antigo adversário político: o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), que costurou aliança com o DEM, PSDB e PPS. Completam a corrida pelo governo os candidatos Jair Pedro (PSTU), Edilson Silva (PSOL), Sérgio Xavier (PV), Roberto Numeriano (PCB) e Anselmo Campelo (PRTB). Para o Senado, a coligação de Campos tem o ex-ministro Humberto Costa (PT) e o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB). O democrata Marco Maciel disputa pela chapa de Vasconcelos, assim como o deputado federal Raul Jungmann (PPS), que ocupou a vaga que inicialmente seria do senador tucano Sérgio Guerra, que não concorrerá à reeleição. Também estão na disputa os candidatos Hélio Cabral (PSTU), Simone Fontana (PSTU), Jerônimo Ribeiro (PSOL) e Renê Patriota (PV).
No Piauí, a disputa pelo governo é protagonizada pelo ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes (PSDB), pelo governador e candidato à reeleição, Wilson Martins (PSB), e pelo senador João Vicente Claudino (PTB), que rachou com Martins e lançou candidatura própria. O petebista luta também para que Dilma Rousseff suba em seu palanque, apesar de o PT compor chapa com o socialista. A corrida estadual tem ainda os candidatos Teresa Britto (PV), José Rodrigues (PCB), Francisco Macedo (PMN), Geraldo Carvalho (PSTU) e Lourdes Melo (PCO). No Senado, concorrem Wellington Dias (PT) e Antônio José Medeiros (PT) pela coligação do atual governador, Ciro Nogueira (PP) pela chapa de Claudino, e os senadores Heráclito Fortes (DEM) e Mão Santa (PSC), que tentam a reeleição na coalizão de Mendes. A lista de candidatos ao Senado se completa com Florentino Filho (PV), Antonio de Deus (PCB), Zilton (PSOL) e Pastor Moisés (PMN).
Rio Grande do Norte
O atual governador Iberê Ferreira (PSB), que assumiu o Estado depois da saída de Wilma de Faria (PSB) para disputar o Senado, tenta a reeleição no Rio Grande do Norte ao lado do PT, do PTB e do PHS. Na corrida estão ainda a senadora Rosalba Ciarlini (DEM), que recebe apoio dos tucanos e de mais seis legendas, e o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves (PDT) na chapa com o PC do B. Também disputam o governo estadual os candidatos Simone Dutra (PSTU) e Sandro Pimentel (PSOL). Já o PMDB aliou-se ao PV e ao PR no Estado, mas não tem candidato próprio ao governo. A coligação lança somente o nome do senador Garibaldi Alves Filho à reeleição. A decisão foi tomada porque parte da legenda defende a candidatura de Rosalba – como Garibaldi – enquanto outros peemedebistas fazem campanha para Iberê – a exemplo do líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. Também concorrem ao Senado José Agripino Maia (DEM) e o jornalista Sávio Hackradt (PC do B), pela coligação de Alves, e Wilma de Faria (PSB) e Hugo Manso (PT), na chapa de Iberê Ferreira.
Em Sergipe, a disputa pelo governo do Estado promete ser polarizada pelo atual governador Marcelo Déda (PT), com chapa formada por mais 13 partidos, e o ex-governador João Alves Filho (DEM), cujo vice, Nilson Lima (PPS), é ex-aliado de Déda – de quem foi secretário da Fazenda. Além deles, concorrem também Ariovaldo José (PSDC), Avilete Cruz (PSOL), Vera Lúcia (PSTU), Leonardo Dias (PCB) e Rodrigo Melo (PV). O PSDB não entra na corrida pelo Estado com candidato a governador. Os tucanos lançam chapa majoritária apenas com o nome do deputado federal Albano Franco para o Senado. O acerto foi fechado depois da recusa de Franco, que governou o Estado por duas vezes (de 1995 a 2002), em subir no palanque do democrata. Completam a disputa para o Senado no Estado Antônio Carlos Valadares (PSB) e Eduardo Amorim (PSC), pela coligação de Déda, Emanuel Cacho (PPS) e José Carlos Machado (DEM), pela chapa democrata.
O Distrito Federal, que sofre com escândalos de corrupção desde o fim do ano passado, terá uma eleição polarizada entre o ex-governador por quatro mandatos, Joaquim Roriz (PSC) e o petista Agnelo Queiroz. O Democratas, antigo partido do ex-governador José Roberto Arruda, desistiu da candidatura própria no último dias das convenções e decidiu pelo apoio a Roriz. Há ainda candidatos do PSol, PV e PSTU concorrendo ao governo do Estado. Para o Senado, dois ex-governadores serão candidatos. Cristovam Buarque (PDT) sai pela chapa de Agnelo e Maria de Lourdes Abadia (PSDB) pela aliança em torno de Roriz. O deputado Alberto Fraga (DEM) também tentará obter uma cadeira no Senado. Apesar das candidaturas postas, a Justiça Eleitoral pode barrar Roriz, que renunciou a seu mandato no Senado para evitar um processo de cassação, o que é vetado pela Lei da Ficha Limpa.
Em Goiás, A disputa entre Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB) ao Palácio das Esmeraldas tem cara de revanche, em eleição polarizada. Eles se enfrentaram nas urnas em 1998, quando o tucano, pouco conhecido do eleitorado, conseguiu uma virada surpreendente sobre o até então imbatível Iris e foi eleito governador no segundo turno. Na ocasião, Perillo se valeu da proposta de “tempo novo” em Goiás, que viveu 16 anos seguidos de PMDB no poder, com Henrique Santillo, Iris duas vezes, e Maguito Vilela, no governo. O peemedebista, aos 76 anos, tenta se redimir do fracasso de 1998 nesta que pode ser sua última corrida eleitoral. Eleito prefeito de Goiânia em 2004 e reeleito em 2008, Iris aposta suas fichas em sua administração nos seis anos à frente da prefeitura. Após 12 anos de sua derrota nas urnas para o tucano, o peemedebista busca reafirmar seu prestígio político no Estado. Marconi Perillo busca seu terceiro mandato. Eleito em 1998 e reeleito em 2002, o tucano assumiu o cargo de senador e deixou em Goiás seu vice, Alcides Rodrigues (PP). Em 2009, romperam a aliança e a dissidência liderada por Alcides. Vanderlan Cardoso (PR) representa a terceira via em Goiás. A chapa Nova Frente é fruto da dissidência dos antigos aliados do PSDB. Apesar de contar com o apoio do governo, o candidato corre por fora no pleito, que deve ser dividido entre PMDB e PSDB.
Em Mato Grosso três candidaturas disputam o governo do Estado. O ex-prefeito de Cuiabá, que deixou o cargo para as eleições, Wilson Santos (PSDB), vai enfrentar o grupo do ex-governador Blairo Maggi (PR), que também saiu do comando do Estado para concorrer a uma vaga no Senado. O tucano vai enfrentar o vice de Maggi, Silval Barbosa (PMDB). Na disputa, terá o apoio do DEM, que rompeu com o grupo do ex-governador no ano passado. Há ainda a candidatura do ex-presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso – FIEMT, Mauro Mendes (PSB), que tem em sua chapa para o Senado o ex-Procurador da República, Pedro Taques, um dos líderes do combate ao crime organizado naquele Estado. Ainda para o Senado há candidaturas como a do ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB), do deputado federal Carlos Abicalil (PT) e do ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS)
Uma disputa entre o PT e o aliado no plano nacional, PMDB, vai marcar as eleições do Mato Grosso do Sul. O ex-governador por dois mandatos (1998 a 2006), Zeca do PT, tenta voltar ao governo e enfrenta o atual governador André Puccinelli (PMDB). Há ainda uma terceira candidatura ao governo do Estado, com Ney Braga, do PSol. Na eleição para o Senado, a chapa petista contará com Delcídio Amaral, que tenta se manter na Casa, e o deputado federal Dagoberto (PDT). Pelo lado do PMDB, sai o deputado federal Waldemir Moka e Murilo Zauthi
Pela primeira vez desde a retomada das eleições diretas para governador, em 1982, o PT não terá em Minas Gerais um candidato próprio. Em uma aliança construída a duras penas com a interferência decisiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os petistas indicaram o vice na chapa encabeçada pelo senador Hélio Costa, do PMDB. O indicado é o ex-ministro Patrus Ananias. A composição PT-PMDB é reforçada pelo PC do B. Do outro lado está a chapa encabeçada pelo governador Antonio Anastasia, do PSDB, apoiada por mais 13 partidos, entre os quais estào o DEM, PDT, PTB e PP. Cada uma das chapas possui um nome forte para o Senado. A chapa de Hélio Costa apóia um único candidato: Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte. A chapa de Anastasia apóia dois nomes: o ex-governador Aécio Neves e o ex-presidente da República Itamar Franco, do PPS. Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, tem 14,4 milhões de eleitores.
Seguindo a tradição, PSDB e PT devem protagonizar mais uma vez a corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. Geraldo Alckmin (PSDB), que governou o Estado entre 2001 e 2006, vai representar o tucanato na corrida. Os petistas lançam novamente o senador Aloizio Mercadante (SP) que saiu derrotado da disputa de 2006 em meio ao escândalo sobre a tentativa de compra de um dossiê para prejudicar tucanos na eleição. Este ano, a lista dos principais candidatos inclui ainda o deputado federal Celso Russomanno (PP), o presidente licenciado da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf (PSB), e o ex-deputado Fabio Feldmann (PV), autor do capítulo da Constituição que trata de Meio Ambiente. Já a disputa para o Senado terá a participação do ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e do ex-secretário da Casa Civil paulista Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), na chapa que lançará Alckmin ao governo. Concorrem ainda a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e o vereador Netinho de Paula (PC do B), que completam a chapa estadual petista. Já o PTB optou por seguir sozinho na disputa ao Senado e tentará reeleger o senador Romeu Tuma (PTB-SP).
A disputa pelo Palácio Anchieta deve ficar polarizada entre o senador Renato Casagrande (PSB) e o deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Os dois entraram no páreo após um longo período em que foi cogitada a possibilidade de uma única candidatura à sucessão do governador Paulo Hartung (PMDB). O atual vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), que está no segundo mandato seguido, era considerado o candidato natural. Porém, um acordo entre Casagrande – até então na oposição –, Hartung e Ferraço causou uma reviravolta na disputa local. Hartung passou a apoiar o socialista e desistiu de disputar o Senado, transferindo a vaga para seu vice. A configuração final da chapa governista detém a maior aliança no Estado, com 15 partidos. Na oposição, Vellozo Lucas montou uma coligação com quatro partidos, como o DEM. Para entrar no páreo, o PSOL lançou a ex-deputada estadual Brice Bragato candidata ao governo do Espírito Santo. Para o Senado, a chapa de Casagrande lançará Ferraço e apoiará a reeleição de Magno Malta (PR). O PV, que integra a coligação, tentou lançar o vice-presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Guerino Balestrassi, mas a decisão ainda está indefinida. A aliança a favor de Vellozo Lucas lançará apenas a deputada federal tucana Rita Camata. O PSOL lançará apenas o assistente social Renato de Almeida de Andrade.
Com 12 anos de hegemonia no Estado do Rio de Janeiro, o PMDB é o partido mais forte na disputa pelo Palácio Guanabara. Eleito em 2006 com 68% dos votos válidos, o governador Sérgio Cabral busca a reeleição com uma ampla aliança formada por 16 partidos, entre eles, o PT. Em oposição ao governo, o deputado federal Fernando Gabeira (PV) entrou na corrida com o apoio de PSDB e DEM. Ainda participam Fernando Peregrino (PR) - indicado pelo ex-governador Anthony Garotinho, que desistiu da disputa -, Jefferson Moura (PSOL), Cyro Garcia (PSTU) e Eduardo Serra (PCB). Ao Senado concorrem o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) e o ex-deputado federal Marcelo Cerqueira (PPS), ambos na chapa de Gabeira. O presidente da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), disputa a vaga ao lado do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Faria (PT), na coligação pró-Cabral. Já o ex-deputado estadual Carlos Dias (PTdoB) disputará ao lado do ex-pagodeiro Waguinho, do mesmo partido, em uma aliança com o PR. O senador Marcelo Crivella concorre em uma candidatura avulsa pelo PRB, que não fechou aliança com nenhum partido.
No Rio Grande do Sul, três são os candidatos que aparecem nas pesquisas com reais chances de vitória nas eleições para governador. Repetindo a velha polarização, PT e PMDB entram como favoritos. Tarso Genro, ex-ministro da Justiça de Lula e duas vezes prefeito de Porto Alegre será o candidato do PT. O PMDB lançou José Fogaça, atual prefeito reeleito da capital gaúcha. Enquanto isso, o PSDB tenta uma vaga no segundo turno, com a tentativa de reeleição da governadora Yeda Crusius. O PSOL, com Pedro Ruas, e o PV, com Monteserrat Martins, também têm aparecido com relevância nas pesquisas, mas a disputa deve se concentrar mesmo entre os três principais candidatos. Nas eleições para o Senado, Paulo Paim (PT) tenta a reeleição, enquanto o ex-governador Germano Rigotto e a jornalista Ana Amélia Lemos (PP) buscam um primeiro mandato como senadores. PTB e DEM, partidos com alguma força, preferiram não indicar candidatos às eleições majoritárias, nem apoiar qualquer nome.
Santa CatarinaO período de definição de candidaturas em Santa Catarina foi marcado por constantes reviravoltas e tensões intra e interpartidárias. Muitas reuniões, desde meados de maio, foram necessárias para que PMDB, Democratas e PSDB chegassem a um consenso mínimo a respeito da chamada tríplice aliança dos três partidos, responsável pela eleição e reeleição do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, em 2002 e 2006. Na data final para as convenções, 30 de junho, DEM e PMDB ainda estavam às voltas com brigas internas e disputas entre os diretórios regionais e lideranças nacionais. Já o Democratas do senador Raimundo Colombo, ex-secretário de Desenvolvimento Social de Santa Catarina e três vezes prefeito de Lages, inicialmente tímido entre tucanos e peemedebistas, manteve firme sua candidatura ao governo desde antes da oficialização. O PT catarinense, embora tenha se mantido aberto a alianças – inclusive com o PP da deputada federal Ângela Amin, ex-prefeita de Florianópolis -, conquistou uma extensa base de apoio para Ideli Salvatti, professora que foi a primeira mulher a ser eleita senadora do estado. Saem ainda com candidaturas ao governo o Partido Verde, com o engenheiro Rogério Novaes, de Joinville; o PSOL, com o professor Valmir Martins; e o PSTU, com o sindicalista Gilmar Salgado coordenador da Conlutas de Santa Catarina.
* Com reportagem de Adriano Ceolin, Alessandra Oggioni, Alexandre Haubrich, Flávia D'Angelo, Francisco Camargo, Gabriel Costa, Gustavo Martins e Severino Motta