A insensatez e o deboche, eis a questão!
Teônio Vieira, empresário e colaborador. ( teonio.vieira@hotmail.com.)
O incontestável Mensalão deixou evidente que o PT renegou o seu “discurso” de compromisso com a ética, honestidade e probidade. Diante dos fatos, podemos compreender a mudança do comportamento de Lula que pousava de apologista da verdade e recriminava com veemência a falsa moral de políticos como: José Sarney, Renan, Maluf e Collor de Melo, agora, seus amigos venerados. O cinismo alastrou-se a tal ponto que os dirigentes do Partido dos Trabalhadores e a companheirada, aprovam manter os criminosos condenados em seus quadros e não veem nisso nada demais. Do que se conclui, na visão deles, a moral tem prazo de validade. Isso é um despautério e uma desfeita a lisura dos membros do STF, salvo dois deles, o Ricardo Lewandowski e o Dias Toffoli que, zelosamente, atuam como se fossem advogados de defesa dos meliantes do PT.
O STF é composto, em sua maioria, por ministros indicados pelo ex-presidente Lula e Dilma Rousseff, portanto advindos dos governos petistas. Mesmo assim, existem aqueles que admitem a existência de obliquidade política nas condenações. As sessões de julgamento da Suprema Corte ocorrem escancaradas na televisão, porém os chegados ao engodo admitem subterfúgios nos veredictos. Contudo, o STF demostrou independência e elevou o seu conceito, conquistando o apoio da sociedade, vitima de uma quadrilha que roubou a grana de milhões de brasileiros. Dinheiro esse que bem poderia ter sido aplicado na construção de creches, escolas e hospitais, mas foi usado para financiar o “Projeto de poder de continuísmo seco, raso. Golpe, portanto”. (sic). Disse o então Presidente do STF, Ministro Carlos Ayres Britto. Isso é para ninguem duvidar dos verdadeiros objetivos do PT de Lula, de José Dirceu sua eminência parda, de José Genuino, de Delúbio, de João Paulo Cunha e suas brigadas.
O Mensalão significou mais do que uma quadrilha, foi um artifício de conquista do Estado. Na verdade, o STF salvou a democracia e preservou o estado de direito. De agora em diante vale tudo pro PT, como tentar mobilizar entidades consideradas chapa branca: UNE, MST e SINDICATOS para afrontar ao Poder Judiciário e promover insurreições, interditando universidades, estradas e avenidas conclamando a liberdade dos seus líderes ufanistas, condenados por corrupção e formação de quadrilha. No entanto, o ex-presidente Lula ainda não apareceu na televisão para contrapor-se a decisão da Suprema Corte do país, fazendo a defesa dos seus amigos mais próximos ou para, novamente, pedir desculpas ao povo pela traição do seu partido, o PT. Numa atitude própria dos inseguros, Lula permanece calado depois de tantas contradições: (num pronunciamento em rede nacional em agosto de 2005 ele se disse “traído”. Mais tarde chegou a dizer que o episódio foi uma “invenção” e, em maio deste ano, afirmou que o escândalo foi “uma tentativa de golpe”.) Pelo que podemos presupor, por conveniência pesssoal, o Lula persistirá, aparentemente, indiferente a tudo.
Esses episódios somente contribuem para tornar o eleitor ainda mais descrente dos políticos, considerando-os desonestos e mentirosos. Os partidos que deveriam seguir a ética e aceitar a lei da ficha limpa, preferem permanecer omissos, ensejando serem avaliados como instituições a serviço dos interesses de suas lideranças mandatárias, patrocinando negociações excusas, sem a preocupação de atender as indigências da população entorpecida. Assim, continuam a serem evidentes as razões pelas quais não se promove uma reforma político-eleitoral. Na democracia dos absurdos prosseguem: a exorbitância de partidos, o quociente partidário, o voto obrigatório, e a figura do suplente de senador, dentre outros, investindo contra a lógica e solapando o bolso do contribuinte.
Enfim, o desempenho do Supremo Tribunal Federal-STF estabeleceu um marco histórico e veio a indicar o rumo norte da ética, mostrando a necessidade de renovação e de aprimoramento do sistema político para o progresso da democracia, com vistas a atender aos anseios da sociedade. Conter-se diante da roubalheira, das trapaças e das mentiras dos políticos, cumpliciadas por partidos e governos, é ser conivente da desonestidade, da infâmia e do cinismo, afiançando a insensatez e o deboche, eis a questão!
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